Por volta de 69 a.C. surgia o mais antigo jornal que se tem
notícia, o Acta Diurna, em Roma, na antiga República Romana. Com a invenção do
tipo mecânico móvel para impressão de Johannes Gutenberg, em 1447, iniciou a
Revolução da Imprensa. Datas à parte, faz muito tempo que a informação está no
cotidiano da sociedade. Tudo o que o cidadão sabe sobre política, por exemplo,
é por meio da imprensa. Ao se levantar, uma das primeiras coisas que o ser
humano faz é ligar o rádio, a TV ou ler o jornal. E por trás desses hábitos,
dessa cultura, está o jornalista..
Amado e odiado por muitos, esse profissional da comunicação já
passou por diferentes momentos durante a história da profissão. Hoje, muitos
dizem que o Jornalismo encontra-se numa crise, onde, como um dos fatores, a
qualidade dos textos deu lugar à quantidade. Essa mudança se dá pelo surgimento
de novas tecnologias, onde outras carreiras também estão sendo impactadas.
“Mas, como toda crise, ela traz no seu bojo novos cenários e novas
oportunidades”, ressalta o coordenador do curso da área na
Unisinos, Edelberto Behs.
Na opinião do professor, para os jornalistas o horizonte é
promissor. ”A revolução tecnológica o torna mais autônomo e independente. Ele
está sendo instigado a ser criativo e empreendedor. Seguramente, a quebra do
monopólio da midiatização é mais problemática para as empresas de comunicação,
porque elas ainda não descobriram a fórmula da sustentabilidade contando com o
acesso mais universal que a internet possibilitou à cidadania”, destaca.
Profissão de grande interesse dos jovens
No último vestibular da Unisinos, a graduação em Jornalismo foi
uma das mais requisitadas para o campus da universidade em Porto Alegre. Por
outro lado, o jornalista é taxado por ser um profissional que trabalha muito e
é mal remunerado. Existe um contraste nisso e, para Behs, esse fenômeno
mereceria uma pesquisa mais aprofundada. O docente explica que o que se
verifica atualmente, no quadro das profissões, é que a linha divisória entre
uma e outra está cada vez mais tênue. “À medida que a tecnologia avança, também
surgem novas necessidades. Há muito tempo o revisor foi abolido das redações,
por exemplo. Hoje, é preciso ser multimídia. Essa revolução nas carreiras
permite escolhas diversas além das redações.”
Além das diferentes opções de atuação, a grande procura pelo
Jornalismo também se dá pela trajetória acadêmica diferenciada que o curso
possui. Durante a graduação, o aluno aprende a zelar pelas narrativas, usar
corretamente as diferentes linguagens, desde o texto mais curto e duro ao mais
trabalhado e que tangencia a literatura. “Ou seja, é um espaço que ensina como
escrever boas histórias. Talvez seja, dos tradicionais cursos superiores, o
único que ensina a escrever”, ressalta Edelberto Behs.
Carreira sólida e com boa situação financeira
É possível, sim, ser um jornalista bem remunerado. Assim como em
outras profissões, tudo depende exclusivamente do profissional. Como destaca
Behs, quem almeja a construção de uma carreira sólida tem que se dar conta de
que o processo de aprendizagem, do letramento e da formação cultural é contínuo
e constante. “A pessoa terá que ir muito além daquilo que ela recebe e reparte
num curso superior, inclusive buscando o aprimoramento do uso das tecnologias e
da fluência de um segundo ou, até mesmo, terceiro idioma.”
Na busca do “lugar ao sol”, o jornalista pode atuar em várias
frentes, desde a carreira clássica nas redações dos jornais, revistas, rádio e
televisão, até na web, como em blogs, sites, portais, editoras, consultorias e
assessoria de imprensa. Esta, em especial, é um dos nichos que oferecem as
melhores oportunidades, tanto financeiras como para empreender.
Por falar em empreendedorismo, o jornalista que optar por seguir
nesse caminho encontra um cenário bem receptivo. Por ser multimídia, talvez o
profissional seja um dos mais preparados para as constantes mudanças do
mercado. Além de lidar com a coisa mais fundamental para o desenvolvimento da
sociedade, a comunicação.
Porém, para conseguir o sucesso é preciso ter algumas virtudes
essenciais: envolver-se, de fato, na proposta que se dispõe a desenvolver,
atualizar-se constantemente, ter uma sólida formação humanista, saber se
relacionar, ser criativo e, óbvio, não se restringir a ficar apenas sentado
diante do computador. “Todo aquele que é diferenciado – e precisa se esforçar
para alcançar essa condição – encontra o seu lugar na sociedade”, enfatiza
Behs.
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Fonte Pense
empregos
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