Objetivo é educar para melhorar sentimentos e atitudes relacionados ao envelhecimento
Texto: Versanna Carvalho
Material gráfico: Secom UFG
Que a Universidade Federal de Goiás (UFG) é um espaço de pluralidades muita gente já sabe, mas poucos se atentam ao fato de que isso se manifesta também na diversidade etária da comunidade acadêmica. Hoje na UFG diferentes gerações convivem em sala de aula, laboratórios e nos mais diferentes ambientes da Instituição. Uma consulta ao Analisa UFG revela que, dos mais de 20 mil estudantes de graduação, 44 estão com 60 anos ou mais. No mestrado e doutorado (pós-graduação stricto sensu), dos quase 4.500, 29 são idosos. Já entre os quase 4.400 servidores, 704 estão no chamado grupo 60+, sendo 319 servidores docentes e 385 técnico-administrativos.
Esses dados confirmam na prática que a UFG é um reflexo da sociedade como um todo e que segue a mesma tendência mundial de aumento da longevidade. Foi pensando nessa nova configuração social, que se tornará cada vez mais presente, que a Universidade, por meio da Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação (PRPI), aproveita esta terça-feira (1/10), quando se celebra o Dia Nacional e Internacional da Pessoa Idosa, para lançar a campanha "UFG 60+ idade não define o que podemos realizar" para mostrar que a idade não define a capacidade de uma pessoa idosa em realizar, inspirar, demonstrar competência, disposição física, e identificação com novas habilidades e tecnologias. A campanha já pode ser vista no Portal UFG e nas redes sociais oficiais da Universidade.
Atenta às mudanças que ocorrem interna e externamente, a UFG tem atuado para que essa interação intergeracional ocorra de forma respeitosa entre todos os envolvidos. A professora do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública (Iptsp) da UFG e estudiosa do envelhecimento humano, Ruth Losada de Menezes, reforça o discurso de que "estereótipos, preconceitos e discriminação por idade limitam o potencial das pessoas".
Conselho
Desde agosto deste ano, Ruth Losada e a diretora de Jornalismo da Rádio Universitária UFG, Silvânia de Cássia Lima, são, respectivamente, titular e suplente no Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Idosa de Goiás (Cedpi-GO). Vinculado à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social (Seds), Cedpi-GO tem entre as suas atribuições "formular, deliberar e controlar as ações de implementação da política dos direitos da pessoa idosa, assim como gerir o fundo e fixar critérios de utilização e o plano de aplicação dos seus recursos".
A representante titular da UFG no Cedpi-GO comenta que uma das competências deste órgão colegiado, e que está previsto no seu regimento, é também o de "estreitar parcerias com instituições de ensino de nível superior para realização de estudos e pesquisas na área do envelhecimento bem como sobre os resultados atingidos pelos programas e projetos sociais desenvolvidos pelos órgãos governamentais, organizações não governamentais e por outros organismos".
A professora explica que várias áreas do conhecimento já atuam na área do envelhecimento na UFG. "Temos, inclusive, um núcleo com este foco de pesquisa, que está sendo aprimorado e sobre o traremos novidades em breve", comenta.
"A nossa ideia com todo esse trabalho e com a campanha é contribuir para promover uma mudança da forma como pensamos, sentimos e agimos em relação à idade e ao envelhecimento. Seja na UFG, em nossas casas ou em qualquer outro espaço, buscamos essa transformação por meio da educação. Nosso trabalho contra o preconceito, visando o bom convívio entre as gerações, está apenas começando e está alinhado com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), vinculada à Organização Mundial de Saúde (OMS), que instituiu o período de 2021 a 2030, como a 'Década do Envelhecimento Saudável nas Américas'", complementa Ruth.
Identificação
Para gerar identificação, a campanha "UFG 60+ idade não define o que podemos realizar" desenvolvida pela equipe da Diretoria de Publicidade Institucional da Secretaria de Comunicação da UFG (DPI/Secom/UFG) buscou na própria comunidade acadêmica pessoas com mais de 60 anos que continuam apaixonadas pela vida e também pela Instituição, mantendo esse vínculo por meio do exercício profissional, dos estudos ou outros.
Um desses casos é o da técnica-administrativa em educação (TAE) Izildinha Alves da Silva Jorge, atual coordenadora-administrativa da Faculdade de Medicina (FM/UFG). Ela trabalha na UFG há quase 43 anos e, em dezembro de 2021, foi agraciada com o título de Servidora Emérita da UFG. A honraria é concedida, a partir de decisão do Conselho Universitário (Consuni) da UFG, a trabalhadores da carreira TAE aposentados que tenham se distinguido por relevantes serviços prestados à Universidade.
"Trabalhar na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás é para mim motivo do maior orgulho e do maior carinho. Eu me sinto aqui, como se estivesse na minha segunda casa. Trabalho aqui [FM/UFG] desde 1985, porque quando passei no concurso, em 1981, fui chamada pelo Hospital das Clínicas. Aí em 85 eu fiz um novo concurso prático e a Faculdade de Medicina me trouxe", relembra.
Izildinha comenta que inicialmente trabalhava na área de enfermagem, "mas encontrei colegas que foram verdadeiros professores que me ensinaram passo a passo e eu nunca tive medo de enfrentar desafios. Então, como não amar essa casa? Eu amo essa casa e amo a Universidade e, além de me dar o meu sustento, faz com que eu tenha forças e energia para vir aqui todos os dias, cultivando o amor, pois é o amor que faz com que eu esteja aqui até hoje e vai continuar. Para mim o amor é a maior fonte de inspiração", afirma, enfatizando ser grata por tudo o que fez e faz até hoje.
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