De segunda a sábado, o telespectador gaúcho que liga a televisão no programa 'Globo Esporte RS', às 12h50min, é recebido com um simpático “oi, gente”, frase que convida para um início de tarde repleto de informações sobre o universo esportivo. A responsável por acolher o público com tanta afeição é Alice Bastos Neves, jornalista formada na Faculdade de Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Famecos/PUC-RS). Ela diz que não há mais espaço na programação para frieza e afirma que é necessário demonstrar bom humor e carisma. Natural de Pelotas, a apresentadora mudou-se para Porto Alegre aos 4 anos de idade. Quando criança, pensava em ser psicóloga, “provavelmente porque a mãe de alguma colega tinha essa profissão”, brinca.
Durante os anos que frequentou a Faculdade, além de ter se encantado pelo famoso capuccino do bar, Alice se fascinou pelas aulas de rádio, de diagramação e de redação jornalística. “Sempre achei que trabalharia com jornalismo cultural e rádio, mas acabei apenas fazendo um estágio curricular nessa área”, diz. Quando se formou, enviou currículo para a RBS TV. A vaga disponível na época era para repórter. Sem nunca ter feito um teste para trabalhar na televisão, ela encarou o desafio. A proposta da entrevista era ler a “cabeça” de uma matéria. “O teste foi assustador. Quando a luz vermelha acendesse, eu deveria começar a falar”. O texto começou a passar no teleprompter e, somente após ter sido alertada pelo Diretor de Imagem presente no estúdio, Alice começou a gravar o programa. Apesar do nervosismo, ela conquistou a vaga de repórter.
Sobre o período de experiências na graduação, a jornalista reflete que a Famecos proporciona muitas mudanças no jeito de ser, de pensar, de falar e até de se vestir. As lembranças da Universidade e do Prédio 7 são positivas. Muitas tardes foram passadas com os amigos na antiga biblioteca da PUCRS e nos gramados que a cercam. Alice lembra da cerimônia e da festa de formatura como momentos emocionantes. Oradora da turma, ela pensou em escrever um discurso que se adequasse tanto aos formandos, quanto aos professores e aos convidados. “Depois eu fiz um festão. Acho que esse momento tem que ser muito comemorado”, recomenda. À frente do Globo Esporte RS, Alice afirma que nunca sofreu nenhum tipo de preconceito por ser mulher e trabalhar com futebol. Ao final, ela lamenta que esse tipo de pergunta ainda seja feita com recorrência e torce para que, em breve, o questionamento sequer seja cogitado.
Em 2015, Alice apresentou à população gaúcha seu primeiro filho, Martin. No dia a dia de trabalho aliado à maternidade, ela conta com o apoio da família. O marido, David Riesinger, foi atleta de tênis e compreende como é a rotina que envolve a cobertura esportiva. Os pais da pelotense também apoiam a jornada profissional da apresentadora. No início, eles gravavam todas as aparições da filha na televisão em vídeo cassete, orgulhosos. Com o bom humor característico, Alice completa: “quem é jornalista, é jornalista 24 horas por dia”.
(*) Estudante de jornalismo da Faculdade de Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Famecos/PUC-RS) e integrante do projeto 'Correspondente Universitário' do Portal Comunique-se.
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Fonte: Comunique-se
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