A Escola Nacional de Administração Pública (Enap) acaba de disponibilizar o livro "Manual de Introdução às Técnicas de Pesquisa Qualitativa em Ciência Política", uma coletânea inovadora que reúne as principais abordagens metodológicas qualitativas voltadas para a Ciência Política. O material está acessível gratuitamente no repositório institucional da Enap e pode ser baixado por meio do link: https://repositorio.enap.gov.
Com a contribuição de 37 autores de 14 instituições brasileiras, abrangendo todas as regiões do país, o manual tem como objetivo suprir a carência de materiais especializados na área, tradicionalmente dominada por abordagens quantitativas. A obra conta com um prefácio assinado por Gabriela Lotta, renomada pesquisadora na área de entrevistas e métodos qualitativos, reconhecida internacionalmente por sua contribuição ao campo.
O livro foi estruturado para oferecer uma visão abrangente e atualizada dos métodos qualitativos, garantindo sua relevância frente aos avanços tecnológicos. Entre os diferenciais da coletânea, destacam-se:
- Enfoque em questões éticas, garantindo o rigor metodológico;
- Discussão sobre o uso de softwares e linguagens de programação (como R e Python) para apoiar as análises qualitativas;
- Exploração de técnicas aplicadas ao ambiente digital;
- Exemplos práticos de pesquisa qualitativa na Ciência Política brasileira e internacional.
O manual está organizado em cinco grandes eixos:
- Técnicas de Coleta de Dados: entrevistas em profundidade e grupos focais.
- Técnicas de Análise de Dados: análise de conteúdo, análise temática e análise textual automatizada.
- Abordagens Metodológicas: etnografia política, etnografia digital e estudos de caso.
- Questões Gerais: desenho de pesquisa qualitativa, cientificidade dos métodos, uso de softwares CAQDAs (Maxqda, NVivo e Atlasti) e ética na pesquisa qualitativa.
- "Novos" Métodos Qualitativos: Process Tracing e Qualitative Comparative Analysis (QCA).
Os organizadores da coletânea, Rafael Cardoso Sampaio e Carolina de Paula também abordam, na introdução, o panorama metodológico da Ciência Política no Brasil, destacando o predomínio de abordagens quantitativas e a subutilização de métodos qualitativos. Na conclusão, discutem a crescente importância dessas técnicas em um mundo impactado pelo avanço da inteligência artificial.
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