Há exatos 30 anos tomei posse no Banco do Brasil. É assim que eles dizem lá. Funcionário do BB não “começa a trabalhar”, mas, sim, “toma posse”. Me apresentei na agência Centro Rio, que, se fosse um banco com CNPJ próprio, seria, à época, o décimo maior banco do País: dois mnil fucionários. Um banco tranqüilo (falar da Marinha, homo, loucos, etc.)
Mandaram eu me apresentar à chefe, Dona Conceição, no setor de Valores e Procuarações (Vapro).
Chegando lá, perguntei perguntei pela D. Conceição. O negão, uns 45 anos, 1,85m, bebedor de cerveja, tijucano, meio gago, falou: sô-sô eu mesmo. Puxa!, pensei, comecei como pé esquerdo. Ainda bem que sou canhoto da cintura para baixo (bilateralidade).
Sentei numa mesa e, depois de uma hora sem que tivessem me dado qualquer tarefa, perguntei ao colega do lado o que deveria fazer. Manoel respondeu: "fica quieto, Alfredo, porque aqui, quanto mais você aprender, mais vai ter de fazer". Insisti: "E se o chefe aparecer?" Manoel tinha todas as respostas: "Finge que tá arquivando alguma ficha".
Fiquei preocupado. Será que ia passar os 30 anos seguintes da minha vida fingindo arquivar fichas???...
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