Imagem: idadecerta.com.br/
por Alfredo Costa
No dia internacional da mulher, podem ser obervadas na imprensa matérias de capa e até mesmo suplementos especiais que destacam os “avanços” das mulheres no ambiente das organizações. Geralmente, alguns casos isolados são comemorados como se o “desafio da igualdade” tivesse sido vencido. Nesse mesmo dia, muitas empresas prestam “homenagens” às mulheres trabalhadoras, cuspindo discurso institucional que geralmente mostra dados que revelam maior presença de mulheres em diversos cargos.
Mas é sobretudo nos cargos iniciais e nas gerências intermediárias que que a crescente participação de mulheres pressiona esse território de poder dos homens. No espaço da alta gestão organizacional a inclusão de mulheres continua apenas simbólica. Basta consultar os nomes dos conselhos diretor e de administração das maiores empresas para que essa realidade seja constatada.
A busca pela igualdade salarial tem sido reivindicada e alcançada pelas mulheres de forma gradual. No entanto, como mostra reportagem da revista Exame (2001), as referidas desigualdades não têm sido reduzidas de forma igualitária se considerarmos as questões raciais. Segundo estimativas do Ipea, as disparidades salariais têm sofrido declínio, em se tratando das mulheres brasileiras brancas. As projeções indicam que, dentro de 30 anos, a discriminação salarial contra elas seja extinta. Porém, no âmbito mundial, as mulheres só atingirão a igualdade salarial com os trabalhadores do sexo oposto, daqui a aproximadamente 470 anos, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Por esses motivos, hoje, 8 de março, no dia internacional da mulher, não vou dar parabéns a ninguém. Apenas desejo que em cada um dos demais 364 dias do ano esteja presente a necessidade de criação de mecanismos que implementem igualdade de oportunidades entre homens e mulheres nas organizações.
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