segunda-feira, 22 de abril de 2013

Mapas, linhas do tempo e infográficos: 5 ferramentas para ilustrar suas matérias com visualizações interativas


nfografias e visualizações de dados se tornaram essenciais para o jornalismo com a emergência dos meios digitais, onde grandes volumes de dados precisam ser interpretados e comunicados de forma simples à audiência. Para explorar as potencialidades das notícias online, cada vez mais jornalistas se dispõem a aprender a construir os próprios gráficos interativos e ilustrar suas matérias, tarefa antes restrita aos designers.
A última edição do MOOC (curso online massivo e aberto, na sigla em inglês) sobre infográficos, oferecido pelo Centro Knight e ministrado pelo especialista Alberto Cairo, comprova o crescente interesse. Foram 5 mil participantes de 138 países, a maior turma até hoje. Autor do livro "The Functional Art", Cairo ressalta que a principal função do gráfico é informativa. 
"Para mim, não há diferença entre matéria escrita e infográfico. Os objetivos são os mesmos. Sendo assim, designer e jornalista devem se preocupar primeiro com a apuração, a qualidade da estrutura do gráfico e sua funcionalidade antes de fazê-lo 'bonitinho'", explicou por e-mail ao Centro Knight para o Jornalismo nas Américas.
Contudo, a maior dificuldade para jornalistas que se aventuram em "empreitadas visuais" não costuma ser na fase de apuração. Pensando nisso, o Centro Knight selecionou (e testou!) cinco ferramentas que permitem construir linhas do tempo, gráficos e mapas sem precisar recorrer a códigos ou programas como InDesign e Illustrator, cujo domínio geralmente não consta no currículo de jornalistas. Saiba como começar a usá-las:
Essa ferramenta é um achado para quem engatinha em programas profissionais de design gráfico. Ela oferece seis temas (layouts) e 14 tipos de gráficos (barras, pizzas, linhas, entre outros) para construir visualizações interativas. Para não se perder nas opções, basta lembrar que a escolha dos elementos deve levar em conta o que será representado (funcionalidade). Por exemplo, barras geralmente são melhores do que círculos para comparações mais precisas (ótimas dicas no livro de Cairo, que disponibiliza para download os primeiros capítulos, e neste site). Na lateral direita da tela de edição há um menu para adicionar gráficos, caixas de textos, mapas, imagens e vídeos. Um duplo-clique permite a edição de cada item. Ao editar o gráfico, inclua os dados que serão ilustrados ou importe uma planilha pronta. Depois de todos os ajustes, é só publicar e divulgar seu projeto ou incorporá-lo a seu site (copiando e colando o código HTML do "embed").
Pró: Bastam alguns minutos para preparar visualizações com aparência profissional (exemplos aqui)
Contra: Só é possível organizar as informações e hierarquizá-las em uma coluna, o grid e os temas não são flexíveis.
Ficou impressionado com o Infogr.am? Prepare-se para explorar o Easel.ly. Este serviço de criação de infografia online (ainda em versão beta) é super intuitivo e oferece algumas funcionalidades que não encontramos na ferramenta anterior, como a flexibilidade para organizar livremente o grid e reestruturar os temas pré-definidos. Há 15 temas disponíveis, mas o serviço promete outros em breve. Para começar um projeto, clique em "Start fresh" na página inicial. Na tela de edição, recursos como "backgrounds", "shapes" e "text" são ativados por "drag-and-drop" (arraste e solte). É possível trocar a cor e mudar a posição dos elementos, escrever textos, alterar o plano de fundo, inserir formas (setas, círculos, balões) e até mesmo fazer o upload de imagens de arquivos do computador. Depois de finalizar o projeto, basta salvar e voltar à página inicial para compartilhar o resultado.
Pró: Tela de edição bastante simples e flexibilidade para alterar os elementos disponíveis.
Contra: Não permite formatar gráficos a partir de planilhas de dados e não oferece elementos interativos.
Mais complexo que as ferramentas anteriores, o Tableau Public é um programa de visualizações interativas de dados que também não requer habilidades de programação, mas exige um bom entendimento de organização de bases de dados e formatos de gráficos. É recomendável assistir ao vídeo tutorial do aplicativo antes de começar. Depois de baixar e instalar o programa, o primeiro passo é inserir os dados de arquivos de texto, planilhas de Excel ou bancos do Access na área de edição. Se o arquivo escolhido estiver formatado e organizado corretamente, os dados serão automaticamente separados e você poderá arrastá-los até os espaços de colunas e linhas para formar os gráficos. Há uma vasta gama de recursos de edição e é possível unir tabelas e gráficos para construir visualizações mais complexas. O site oferece tutoriais e treinamentos para quem quiser explorar as funcionalidades do programa.
Pró: A exportação do arquivo para a web carrega todos os elementos de interatividade, como filtros, categorias e legendas, em vez de produzir uma imagem estática.
Contra: Triste, mas por enquanto só funciona em Windows!
Linhas do tempo são bastante úteis para prover contexto e criar narrativas temporais, por isso estão entre as infografias mais comuns em veículos noticiosos. A VéritéCo disponibiliza uma ferramenta open source e gratuita que facilita a tarefa de criar uma linha do tempo interativa. Não é preciso cadastro para acessar o recurso. Mas é preciso ter uma conta no Google, pois as entradas da visualização são feitas em uma planilha pré-formatada que fica armazenada no Google Drive. Para obtê-la, basta clicar em "Google Doc Template" após acessar o link "File Formats" no menu principal do site. Inclua as informações da sua linha do tempo na planilha (ter imagens, vídeos, mapas ou outros recursos visuais para a coluna de "media" enriquece bastante), publique-a ("publish to the web") e copie o link. O último passo é colar este link no "Embed Generator". Voilà! O resultado pode ser visto em "preview". 
Pró: Por ser um Gdoc, a planilha pode ser editada colaborativamente, basta compartilhá-la com outros usuários. E as células aceitam HTML, o que significa que dá para incluir, por exemplo, links nos textos das entradas (conheça alguns comandos HTML).
Contra: Não dá para editar o plano de fundo e ter um layout um pouco mais personalizado. 
5. Mapbox
A ferramenta criada pela organização Development Seed permite que até usuários sem qualquer experiência emgeorreferenciamento de dados construam mapas personalizados e interativos. Depois de fazer o login no site e clicar em "new map", o único trabalho é adicionar as informações nos marcadores (título e conteúdo) e posicioná-los no mapa. Há um campo de busca que ajuda a localizar pontos específicos, como bairros, rios e estradas. Depois de posicionar todos os marcadores, é só publicar. Aliás, o recurso de publicação permite não apenas copiar o HTML do "embed" ou a URL do mapa pronto, mas também integrá-lo a uma versão mais avançada (para aqueles com mais espírito de desenvolvedor) chamada MapBox.JS ou adicioná-lo a um aplicativo iOS (sistema operacional móvel da Apple).

    Interface de edição do Mapbox
Pró: O Mapbox não exige, no nível mais básico de utilização, a obtenção das coordenadas (longitude e latitude) do ponto que se deseja georreferenciar. Os campos de informação dos marcadores aceitam HTML.
Contra: Por outro lado, esta versão não permite a importação de uma planilha de dados, o que pode tornar penosa a tarefa de apresentar um volume grande de informação. Nesse caso, o ideal é baixar o Tilemill, desenvolvido pela mesma organização responsável pelo MapBox, e ler sua documentação. Com ele dá para preparar mapas a partir de extensas bases de dados (veja um abaixo, criado pelo Pedro Markun), mas é preciso acrescentar colunas com ascoordenadas geográficas e entender (pelo menos o básico) de CSS.
 Fonte: K Center

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