- por Sirley Menezes (*)
- Sou de uma época em que a sala de imprensa das feiras era algo que beirava o “místico”. A primeira vez em que estive em uma delas, cursava o segundo ano de faculdade e enlouqueci com a quantidade de jornalistas e assessores, que escreviam freneticamente em seus blocos de nota, falavam exaustivamente no telefone e trocavam muita figurinha, À época, eu nem entendia tanto vai e volta.
Com pouco mais de um ano de formada voltei à sala de imprensa, e daquela vez trabalhando na maior feira do automobilismo do Brasil – o Salão do Automóvel, isso já há uns bons anos. Como fiquei cansada naquele dia! Ia muitas vezes ao estande levar jornalistas até lá, falei com várias dezenas de jornalistas sobre os lançamentos, marquei em meu mini-caderno um monte de e-mails, e então comecei a me relacionar com muitos jornalistas.
Voltei a frequentar cotidianamente esse ambiente há quatro anos, e pouco a pouco percebi o quão obsoleta a sala de imprensa se tornou. Esse espaço antes frequentado por muitos colegas e assessores de imprensa, hoje pouco recebe jornalistas. A grande mídia só coloca suas câmeras em um evento quando um chefe de Estado passará por lá, ou quando há um fato noticiado fora daquele ambiente que pode ser desdobrado ali (isso é uma grande sorte!), com fontes e personagens que lá se encontram. Enfim, o que fazer com a comunicação institucional voltada a feiras, o que fazer em uma sala de imprensa hoje em dia?
Seu cliente acha importante estar na sala de imprensa? Vá, mas não crie expectativas.
Faça a lição de casa: com pelo menos dois meses de antecedência questione seu cliente sobre o que ele espera do evento, quais são os produtos em destaque e, juntos, criem um viés de comunicação. Só a partir daí se prepare, porque com essas informações você pode criar a estratégia de follow-up e um mailing que lhe trará maior assertividade.
(Imagem: ella-lapetiteanglaise.com)
(*) Diretora na Agência BIO Comunicação.
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