Por Gibran Luis Lachowski
Eu voto no médico sanitarista e vereador Lúdio Cabral, do
PT, para a prefeitura de Cuiabá. Exponho e defendo essa posição por enxergar
nele uma pessoa engajada nas lutas do povo e na tentativa de estimular cada vez
mais a participação popular na construção do dia a dia da cidade.
Conheço Lúdio das manifestações de rua e dos embates na
Câmara de Vereadores. Gradativamente percebi que ele conjuga qualidades
fundamentais para assumir a gestão do município. Entre elas, a capacidade de
diálogo com os diversos segmentos da sociedade e o entendimento sobre políticas
públicas.
Democracia participativa
Lúdio foi o único vereador da história de Cuiabá que
encampou um projeto de lei de iniciativa popular, o que corresponde a uma
demonstração de sensibilidade social e estímulo à democracia participativa.
O projeto foi articulado em parceria com dezenas de
movimentos sociais, sindicatos, associações comunitárias, partidos políticos e
representações empresariais em 2005 por causa do aumento exorbitante do IPTU em
áreas construídas e não-construídas. O prefeito era Wilson Santos, do PSDB, o
mesmo partido cuja cúpula bandeou para o lado do outro concorrente à prefeitura
da capital, Mauro Mendes.
Eram necessárias cerca de 17 mil assinaturas, o relativo a
5% dos eleitores de Cuiabá, para que o projeto entrasse em pauta na Câmara de
Vereadores. A articulação popular encabeçada por Lúdio obteve mais de 20 mil
assinaturas, mobilizou manifestantes para as galerias da instituição e
conseguiu que a prefeitura retirasse sua proposta inicial, colocando uma nova,
que eliminava o aumento do IPTU para áreas construídas. Vitória popular!
Lutas populares
Lúdio foi um dos únicos vereadores de 2004 para cá que encampou
abertamente lutas populares, como a do transporte coletivo e a do saneamento
básico.
Inúmeras vezes foi à tribuna da Câmara, às ruas (em
passeata), ao Ministério Público e ao Judiciário denunciar desmandos no
transporte coletivo de Cuiabá. Demonstrou que as tarifas estavam
superfaturadas, que havia subserviência da administração municipal em relação
aos empresários do setor e que o povo sofria diariamente com ônibus lotados,
sem ar-condicionado e de péssima qualidade.
E Mauro Mendes, como líder empresarial, onde estava nessa
luta popular?
Lúdio foi um dos únicos vereadores que se levantou contra a
entrega da Sanecap à iniciativa privada, e isto desde 2006, quando a prefeitura
estava sob o comando do PSDB. Naquele momento ele mostrou que havia o PAC, do governo
federal, que liberaria cerca de R$ 200 milhões para resolver o problema de
saneamento em Cuiabá.
Pois o dinheiro veio e a administração municipal da época,
por incompetência administrativa, não soube conduzir o processo licitatório e,
por fim, a capital acabou por não aproveitar o recurso autorizado.
Em 2011, Chico Galindo (PTB), ex-vice de Wilson Santos, na
condição de prefeito da cidade, retomou o processo de entrega da Sanecap à
iniciativa privada. Conseguiu isso diante de inúmeras denúncias à justiça e
manifestações contrárias de movimentos sociais e funcionários da então empresa
pública.
Lúdio estava lá apontando a abundância de recursos
federais para garantir que a Sanecap continuasse sendo do povo. Também
ocupava a posição de indicar as falhas na contratação da CAB Ambiental, que
hoje em dia já colhe o ônus da queda de qualidade do serviço e aumento de
tarifas.
E Mauro Mendes, que postura tomou diante dessa situação? Não
se pronunciou na época e, agora, numa atitude mais contestável ainda, apoiou a
transação.
É por essas e outras que se percebe que em Cuiabá temos dois
projetos de governo. Um representado por um empresário sem compromisso popular,
que alimenta sonhos de grandeza e poder. Outro, liderado por Lúdio Cabral, que
congrega sonhos e projetos de inúmeros setores da sociedade, e que se manifesta
numa administração participativa, cidadã e transformadora. É por isso que eu
voto no Lúdio!
Fonte: Centro Burnier
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