sábado, 13 de outubro de 2012

Moralidade totalflex

Experimentos mostram que nossos princípios mudam conforme o cenário, os personagens e os interesses em jogo. Ninguém está imune a derrapar de vez em quando
por Cristine Kist
Editora Globo
Créditos: Rafael Sica
Um jovem que vive em um cubículo e mal tem dinheiro para o aluguel penhora seus bens a fim de quitar suas dívidas. A agiota é uma sexagenária que cobra juros abusivos. Matá-la, ele sabe, é errado. Mas e nesse caso, em que a vítima não é um poço de bondade e não tem muito tempo de vida? E se ele usar o dinheiro dela para ajudar outras pessoas? o ato deixaria de ser tão terrível, não? Pelo menos foi assim que pensou Rodion Raskólnikov, o protagonista do clássico russo crime e castigo. Sim, ele assassinou a velha.
Guardadas as devidas e criminosas proporções, somos mais parecidos com o personagem do escritor Fiódor Dostoiévski, criado no século 19, do que imaginamos. Temos uma tendência a buscar (e até inventar) desculpas para justificar nosso comportamento, mesmo quando nossas atitudes não parecem corretas. Ou seja, todo mundo, e você não é exceção, está sujeito a ser desonesto ou imoral vez ou outra. E, curiosamente, existem situações específicas que favorecem esse tipo de conduta até entre aqueles que costumam andar na linha. No recém-lançado A Mais Pura Verdade Sobre a Desonestidade (Elsevier, 280 páginas), Dan Ariely, professor de psicologia da Universidade Duke, nos Estados Unidos, mostra com experimentos criativos como a moralidade humana usa dois pesos e duas medidas para lidar com certos dilemas. “Todas as pessoas têm capacidade de serem desonestas, mas comportar-se assim depende das situações com as quais se deparam”, diz o autor, em entrevista à GALILEU.  Mais...

2 comentários:

Neófito disse...

O que seria "derrapar"?

Não é justamente a capacidade de se adaptar que caracteriza a evolução da espécie?

Fomos nós mesmos que escolhemos os valores morais que regem nossas vidas?

A discussão vai longe... rs

CiberCerrado disse...

Concordo, é uma assunto polêmico.
Abs