quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Regulamentação da profissão de jornalista - audiência pública em Brasília no dia 9 de outubro

Audiência pública convocada pelo Ministério do Trabalho e Emprego para discutir a regulamentação da profissão de jornalista será realizada em Brasília no dia 9 de outubro, (quinta-feira), das 9h20 às 12h, na Superintendência Regional do Trabalho (DRT).

A Diretoria do Sindicato dos Jornalistas do DF estará presente na defesa da regulamentação e na exigência do diploma como pré-requisito para concessão de registros.“Os interessados no debate devem comparecer para contribuir com o Grupo de Trabalho, criado pelo ministro Carlos Lupi, com o objetivo de elaborar um novo projeto de lei que atualize a legislação atual e garanta a regulamentação de nossa profissão”, disse Romário Schettino, presidente do Sindicato dos Jornalistas do DF.

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Governo sugere realização de consulta pública sobre regulamentação

por Marianna Senderowicz e Miriam Abreu

Na segunda audiência pública do grupo de estudos criado pelo Ministério do Trabalho para discutir possíveis alterações na legislação que regulamenta o Jornalismo, representantes do governo sugeriram a realização de uma consulta pública através da internet. O presidente da Federação Nacional de Jornalistas, Sérgio Murillo, gostou tanto da idéia que já avisou que não vai abrir mão dela. "As empresas já ficaram de se posicionar. Nós já concordamos", conta.

O encontro contou com a presença de representantes patronais e laborais, aconteceu na Superintendência Regional do Trabalho de Porto Alegre. A primeira audiência foi realizada em Recife e outros quatro encontros deverão ser promovidos pelo grupo.

Para Murillo, o encontro foi mais bem organizado do que o primeiro, que foi marcado pela discussão sobre a exigência ou não do diploma para o exercício da profissão. "A reunião avançou com propostas concretas de alterações na regulamentação, como a inclusão da função de assessor de imprensa, a figura do provisionamento. Da parte das empresas, surgiu a opção de negociarmos algumas funções para as quais seria possível exigir diploma, desde que a parte de opinião fosse flexível", disse, referindo-se à discussão sobre profissionais de outras áreas escreverem artigos e fazerem comentários.


Entidades patronais podem deixar o grupo

Após a reunião, alguns representantes das entidades patronais se disseram incomodados com as seguidas manifestações promovidas por sindicatos e Fenaj a favor do diploma. "Colocaram em discussão se vão continuar ou não participando dos encontros. Lamentamos e achamos importante a participação deles, mas sugerimos ao governo que mantenha o calendário, independente dessas entidades. Que o governo convide outras, mas que não mude as datas. Não vamos negociar o cancelamento das audiências. Já fizemos isso duas vezes".

Diploma

As opiniões de representantes de veículos de comunicação eram basicamente contrárias à exigência do diploma.

O diretor-geral da Band-RS, Leonardo Meneghetti, foi um dos convidados mais polêmicos ao se dizer contra a obrigatoriedade, alegando que a atual legislação não condiz com a realidade das redações. "Não se pode mais separar funções como repórter, fotógrafo, redator e editor, pois hoje se trabalha de maneira multimídia. Com um simples telefone celular o jornalista pode fazer fotos, vídeos e áudios enquanto faz uma cobertura", afirma.

Para Meneghetti, que é formado em jornalismo, não se trata de eliminar os cursos de graduação na área, e sim de permitir um equilíbrio e o livre arbítrio nas empresas. "Se existe uma pessoa apta a falar sobre determinado tema e ela tem o respaldo da emissora, por que ela não pode ser identificada como colunista ou comentarista?" O representante patronal critica a posição dos jornalistas, alegando que está mais atrelada às negociações salariais do que ao exercício da atividade em si. "A melhor forma de se proteger financeiramente é com competência e qualificação, e não com um canudo na mão."

Na visão de José Nunes, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SJPRS), esse posicionamento já era esperado. "As declarações foram de quem ocupa um cargo de chefia. Ele não teria como defender medidas como a exigência do diploma representando uma emissora que contrata jornalistas como pessoas jurídicas, por exemplo."

O representante do sindicato avalia positivamente a série de encontros, mas lamenta o que classifica como desinteresse por parte das empresas de fomentar o debate. "O grande temor da categoria são as indicações que a classe patronal prefere engessar a discussão, realizando as reuniões de maneira fechada e sem a participação da sociedade." Meneghetti, contudo, não tem a mesma impressão. "Houve várias manifestações dos participantes em favor de mais tempo para o diálogo, mas o cronograma foi pré-definido pelo Ministério." Segundo ele, pouco menos de 1 hora - das aproximadamente 2,5 horas do encontro - foram destinadas a discussões abertas.

Entre os participantes estavam o secretário adjunto de Relações de Trabalho, André Grandizoli, Max Monjardim e Solange Furtado, assessores do Ministério, o juiz Túlio de Oliveira Martins, diretor do Departamento de Comunicação Social da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul (Ajuris), Marco Antônio Bezerra Campos, ex-diretor do departamento jurídico da RBS e representante das classes empresariais e Lucídio Castello Branco, ex-presidente da Fenaj e do SJPRS.

Fonte: Sindicato dos JornalistasProfissionais do DF - Filiado à FENAJ e à CUT

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